TÉCNICAS CONTRUTIVAS
DESENVOLVEMOS UMA ARQUITETURA COM FOCO NA UTILIZAÇÃO DA TERRA COMO MATERIAL CONSTRUTIVO. COM UMA AMPLA EXPERIENCIA NA TÉCNICA DA TAIPA DE PILÃO
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TAIPA DE PILÃO


Parede executada no local com terra umedecida, com ou sem estabilizante, adensada por compactação, camada sobre camada, no interior de fôrmas (moldes). Em geral, utilizam-se guias verticais para assegurar o prumo da parede; a forma corresponde ao conjunto composto por duas placas rígidas, elementos estruturais e peças auxiliares, com a função de conter a mistura durante o processo de compactação e dar o formato à taipa. Em geral, as placas da forma são de madeira compensada plastificada, estruturada com peças de madeira maciça e fixadores de barra de aço (Hoffman; Minto; Heise, 2011).
O arquiteto Rodrigo Rocha possui uma ampla experiência nessa técnica, proveniente de anos de estudos e prática, principalmente na Austrália, onde elaborou projetos e construiu diversas obras. A taipa de pilão australiana teve uma grande evolução ao longo dos anos, decorrente de amplos investimentos em regulamentação, pesquisas universitárias e implementação de diversos projetos. Atingindo também uma mecanização do processo, por uso de compactadores pneumáticos e minicarregadeiras que misturam o material com mais agilidade. Esse contexto permite uma maior expertise de técnicos e construtores, evoluindo o sistema como todo e, principalmente, trazendo melhorias no acabamento final da parades.
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ADOBE


Componente de alvenaria conformado com terra em estado plástico (barro), com auxílio de moldes, desmoldado em seguida e seco naturalmente. Para a produção do adobe geralmente se utilizam moldes prismáticos retangulares de madeira. O molde é preenchido com o barro. É indicado a preferencialmente a terra arenoargilosa, com as devidas correções de sua composição granulométrica com adição de areia, fibras naturais, entre outros materiais. Desde que se respeite as características de resistência à compressão e tração, o uso de adobes unidos com mistura de terra pode gerar alvenarias com formas ortogonais e curvas, tais como paredes, arcos, abóbadas e cúpulas.
A preparação da mistura de terra e água para obtenção do barro é feita geralmente com “pisadas” e raramente com misturadores mecânicos. O barro é colocado manualmente no molde, com o devido cuidado para garantir o preenchimento dos cantos e arestas; em seguida, procede-se a regularização da superfície do barro no molde com uma régua ou a mão, retira-se o molde, e inicia-se o processo de secagem natural, preferencialmente com os adobes protegidos do sol e da chuva. Os adobes secos podem ser empilhados. O processo construtivo da alvenaria é semelhante ao da convencional, composta basicamente do componente (adobe) e argamassa de assentamento
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PAU A PIQUE


Parede formada por estruturas preenchidas e revestidas com barro. A estrutura principal usualmente é composta por um sistema estrutural de madeira tipo pórtico, ou com painéis modulares pré-fabricados; a estrutura reticulada (ou entramado) é composta por peças de madeira de seção reduzida ou bambu, cujos elementos verticais, presos na parte superior e inferior da estrutura principal, ou em canaletas ou vigas de madeira, são fixados aos elementos horizontais ou entrelaçados por estes.
O procedimento consiste em preparar a estrutura principal, executar a cobertura, o entramado, a estrutura auxiliar e efetuar o preenchimento da parede com barro (barreado). A cobertura inclui, caso necessário, a viga de topo da parede, que consolida a estrutura da parede e distribui os esforços do carregamento da cobertura. Ao barro, preparado com terra e água, pode-se adicionar fibras, que colaboram com a adesão à estrutura e reduz o efeito da retração, que ocorre na sua secagem (Lopes; Ino, 2003).
Após o barreado e completa secagem, é feito o revestimento. Aplica-se uma ou mais camadas do emboço de barro, seguido do reboco de terra, de terra com cal, de terra com cal e areia ou pasta de cal e areia fina. Sobre este revestimento, pode-se aplicar uma pintura não impermeabilizante.